5.2.11

CASINOS DA FIGUEIRA

OS 5 (cinco!) CASINOS DO BAIRRO NOVO
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Há cem anos atrás, no início do século passado, o Bairro Novo tinha cinco casinos a funcionar na época de verão!!
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Em 1868, vários figueirenses interessados no desenvolvimento da então vila da Figueira da Foz, fundaram a Companhia Edificadora Figueirense com o objectivo de "promover diversos melhoramentos materiais na Figueira, e com a especialidade de dar desenvolvimento à formação do novo bairro de Santa Catarina, já principiado na parte ocidental da vila, e contíguo à praia de banhos, construindo casas de habitação e outros edifícios e comodidades para os banhistas e moradores no referido bairro".
Começava a nascer o Bairro Novo.
Na fundação da Companhia estavam o Eng. Francisco Maria Pereira da Silva (de Lisboa, mas a residir na Figueira, o primeiro a construir uma moradia no Bairro Novo), António Ricardo da Graça e Augusto César dos Santos, também de Lisboa, Dr. Francisco António Dinis e José Jacinto da Silva ambos de Coimbra, Dr. António Lopes Guimarães, Bernardino Teixeira Ferraz, João Fernandes Gaspar, Bacharel Lucas Fernandes das Neves e António Ferreira de Oliveira, da Figueira da Foz.
Nos seus estatutos a Companhia propunha-se construir "habitações adequadas para banhistas, com mais ou menos acomodações – tipos para habitação de artistas, homens de mar e operários – tipo para cocheiras e cavalariças; um edifício com quartos independentes para hóspedes, e com amplas salas, ou recintos dispostos para refeições, bebidas, jogos permitidos e concertos de música; um albergue para as classes menos abastadas, um mercado e casas; um estabelecimento para banhos frios e quentes".
Em 2 de Abril de 1869 o então presidente da Câmara, Dr. José Joaquim Borges, colocou a primeira pedra duma casa na cerimónia que marcou a construção do Bairro Novo. Era um edifício construído no local onde veio a ser o Hotel Lisbonense / Casino Mondego / Hotel Portugal.
A consolidação do vasto casario englobado nos objectivos da Companhia Edificadora Figueirense, e que deram origem à criação do Bairro Novo, área que engloba o Picadeiro, data de 1881, sendo que este designa mais especificamente a Rua Cândido dos Reis e o seu cruzamento com a Bernardo Lopes, então conhecida como Rua dos Casinos.
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No espaço do actual Casino ergueu-se, em 1884, o “Theatro-Circo Saraiva de Carvalho” que, no virar do século, seria transformado em espaço de jogo e lazer, com o nome de “Casino Peninsular”.Aqui, e durante algumas décadas, todas as ruas pareceram convergir para o seu conhecido “Pátio das Galinhas”, o curioso átrio do Casino, repleto de mesinhas redondas de café e cadeiras de verga que acolheram a sociedade mais elegante que aí se deliciava, cavaqueando, nas quentes tardes de Verão, ao som de reconhecidas orquestras.
Localizado na rua da Concórdia (Rua Bernardo Lopes desde 1902) a longa história deste edifício está ligada grandes espectáculos de circo, de ópera, de cinema, de teatro, e memoráveis garraiadas infantis levadas a cabo no “Salão de Inverno”. Os seus salões conservam a estrutura e a exuberante decoração das belas pinturas dos tetos.
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O Casino Mondego, inaugurado em 1890, ficava situado na esquina da Rua da Boa Recordação (denominada Rua Cândido dos Reis desde 1910) com a Rua da Inauguração (hoje Rua da Liberdade). Foi neste local que, em 1869, foi construida a primeira casa do então designado Bairro Novo de Santa Catarina, mais tarde encurtado para Bairro Novo.
Virado para esta rua confinava, parede com parede, com o Hotel Lisbonense, que por volta de 1920 se passou a designar de Hotel Portugal.
Em meados desta década o Hotel Portugal adquiriu o Casino Mondego. Remodelado passou a servir como Saláo Nobre e como espaço previlegiado para festas e casamentos deste então famoso hotel.
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Igualmente localizado na Rua da Concórdia, na esquina seguinte à do “Theatro Circo Saraiva de Carvalho”, foi inaugurado em 3 de agosto de 1898 para fins turísticos.
Cerca de vinte anos antes o Bairro Novo começava a tomar forma, impulsionado pelos veraneantes. A construção deste edifício teve início em 1890.Ainda com o jogo por regulamentar em Portugal, facto que se verificou apenas em 1927, o imóvel foi servindo de ponto de referência ao turismo que ia crescendo.
Com uma arquitetura ornada em em vitrais e gradeamentos, mesinhas em ferro e cadeiras de verga, animava durante a noite aquela zona com espetáculos, agrupamentos musicais, concertos e jazz.
Passou por diversos periodos: de concertos diários a música ao vivo pela noite fora; de pastelaria a restaurante; de sala de bilhares a matraquilhos; de atuações teatrais até ao nome dado a um filme, precisamente “Casino Oceano”!
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O casino café Europa, que remonta ao início do século XX, era o local onde se editava a única revista existente à época na Figueira da Foz, e até hoje a traça do edifício tem resistido à passagem dos tempos. Neste casino exibia-se todas as noites um afamado quarteto do qual era pianista o compositor Ruy Coelho. Foi em 1927 que ficou designado somente por Café Europa.
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O Casino Espanhol, que teve o seu período áureo entre os fins do século XIX e o início do século XX, e que mais tarde mudou o nome para Café Nicola, tinha atrações variadas e de todo o tipo. O seu salão de bilhares (1 snoocker, 2 bilhares livres e um bilhar grande para a modalidade de três tabelas) era um ponto de encontro dos melhores bilharistas nacionais nos anos 50 e 60. No inicio dos anos 70 do século passado foi demolido dando origem a novo edifício com a mesma designação.